sexta-feira, maio 25, 2007
coração embrulhado
Desfaço nós de mim
como quem lança à chuva
um cordão de memórias gastas
Arranco às nuvens algodão doce
para carregar às costas a solidão
como se fosse doce o silêncio
Atiro pedaços de mim ao largo
para não cair em tentação
coração emaranhado de ilusões
sós
Desafiei o abraço a ficar quieto
braços abertos e peito com peito
nós
Escrevi a branco nas paredes do sonho
para que não se possa ler os segredos
guardados entre a parede e a tinta da alma
Embrulhei o coração a saudades
para não as perder de mim
E porque a vida é feita de um balão de ar quente
humedecido a lágrimas
aconchego as palavras na almofada para não voarem
Sono triste de quem parte
amordaçado a penas
tão nossas
Trago lágrimas no bolso
que escondo para secar a pele
de ti
Fragatas caravelas e naus
que transportam o pensamento naufrago da certeza
saudade que nos arrasta mar adentro
mas
sonho
Tenho berlindes de encantar
atados aos pés
e trago o coração embrulhado entre as mãos
talvez para ti
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
1 comentário:
Fantástico!
Com palavras tão simples e leves, como colhidas do vento, descreves um momento que é tão meu! Na verdade, alguém me colocou o meu próprio coração nas mãos para o apertar bem, porque sabe que está lá dentro o lugar que nunca pode ousar perder...
Linda, deixo-te um beijinho muito grande de saudades*
Enviar um comentário