quinta-feira, dezembro 06, 2007

Braile


"Leio o amor no livro

da tua pele; demoro-me em cada

sílaba, no sulco macio

das vogais, num breve obstáculo

de consoantes, em que os meus dedos

penetram, até chegarem

ao fundo dos sentidos. Desfolho

as páginas que o teu desejo me abre

ouvindo o murmúrio de um roçar

de palavras que se

juntam, como corpos, no abraço

de cada frase. E chego ao fim

para voltar ao princípio, decorando

o que já sei, e é sempre novo

quando o leio na tua pele."



Nuno Júdice

1 comentário:

Sónia Costa disse...

Lindíssimo!
O quanto dizem estas palavras...
Chega-se ao fim e volta-se ao princípio.