Toranja

"Dentro de mim
Por dentro de mim
É pena quase não poder ficar
És quente quando a luz te traz

Quase te vi amor
Quase nasci sem ti
Quase morri dentro de mim

Ficas dentro de mim
Por dentro de mim
Estás dentro de mim

Silêncio do acaso és chão
És sitio onde as mãos se dão

Quase larguei a dor
Quase perdi
Quase morri dentro de mim

Estás dentro de mim
Por dentro de mim
Ficas dentro de mim

Sempre sou mais um homem
Mais humano, mais um fraco
Sempre sou mais um braço
Mais um corpo, mais um mito
Doi, aqui, dentro de mim


É pena quase não poder ficar
No sitío onde as mãos se dão
Quase fugi amor
Quase não vi
Vamos embora p'ra dentro de mim."

Gosto de amar. Muito.

Gosto muito de amar. Amar muito. Nunca pouco porque não é possível amar-se pouco, ama-se e pronto. Amo quase a tudo e a propósito de nada porque amar faz-nos melhores. Mais intensos. O amor torna-nos mais humanos, mais doces, mais sinceros. Faz-nos bem. Imensamente.
Gosto de amar os sorrisos. Ainda mais os abraços. Amor pelos amigos, pela família, pelas pessoas especiais que nos roubam pedaços de coração sem nunca os devolverem. São bocados de nós que entregamos em cada amor. Novo ou antigo. Arrebatador ou calmo. Doce ou amargo. Profundo. Infinito enquanto existe. Para sempre efémero.
Amo as coisas simples. Pormenores, dizem. Mas são estes pequenos rastos de gestos... sopros de palavras... que nos fazem sorrir. Não a imensa rotina da vida, mas o inesperado. Por vezes é o descarrilamento da carruagem que nos salva. É a dor que nos acode para nos libertar, qual espécie de salvação. E é aí, quando menos amamos a vida, que nos agarramos sofregamente a algo que amar. As primeiras gotas de chuva ou os últimos raios de sol. É o amor que restitui a melodia dos gestos... da surpresa...
Gosto muito de amar. Demorar os meus olhos no mar, nas nuvens, nas estrelas.
Sonhar...
Amo o som dos passos que se aproximam. O silêncio imenso, profundo, como se fosse possível não o ser. Música. Demorar-me no silêncio e quebrá-lo com a minha memória. O amor pelas lembranças, as boas. Tudo o que amamos no passado será sempre um amor do futuro, esse sim eterno. Amo a sobriedade da minha almofada. Sempre discreta, atenta, conselheira. Sabe tão bem demorar-me nos seus braços num sono demorado...
Amar muito. De várias formas. Diferentes amores. De preferência, que comece em nós esse amor.
Por vezes é preciso coragem para nos amarmos... É mais fácil encontrar nos outros motivos de amor.
Por vezes apetece-nos dar colo quando nós próprios desejamos esse regaço.
Por vezes só quando amamos somos capazes de nos amar. Ficamos orgulhosos. Mas nem sempre. O amor invade-nos e arrasa-nos, como uma tragédia. Sonhos erguidos em momentos de areia. Frágeis. O amor corrompe-nos da melhor forma. Ocupa-se da nossa alma para a dilatar. Por isso é tão dificil recuar. Nunca mais é possível. Instalado esse vírus já não há nada a fazer, apenas esperar pelo fim na esperança de que esse dia nunca chegue, ou então que seja amanha. Extremos. O amor é assim. Escondido algures entre a raíz e as pontas dos teus cabelos... entre os teus olhos e a tua alma... Amor.

Amar. Sempre. Espero...

Ainda existem coisas que nos fazem sonhar. O Mar. Imenso. Apenas um delas... a outra... alguém...

Poema

ALGUMA COISA ONDE TU PARADA

FOSSES DEPOIS DAS LÁGRIMAS UMA ILHA

E EU CHEGASSE PARA DIZER-TE ADEUS

DE REPENTE NA CURVA DUMA ESTRADA

ALGUMA COISA ONDE A TUA MÃO

ESCREVESSE CARTAS PARA CHOVER

E EU PARTISSE A FUMAR

E O FUMO FOSSE PARA LER

ALGUMA COISA ONDE TU AO NORTE

BEIJASSES NOS OLHOS OS NAVIOS

E EU RASGASSE O TEU RETRATO

PARA VÊ-LO PASSAR NA DIREÇÃO DOS RIOS

ALGUMA COISA ONDE TU CORRESSES

NUMA RUA COM PORTAS PARA O MAR

E EU MORRESSE PARA TE OUVIR SONHAR

António José Forte

Pedaços

Este ano, como sempre, arrastei alguns livros comigo para todo o lado que fui. Pedro Paixão está sempre comigo. Sabe bem abrir o livro numa página ao acaso e ler... despropositadamente... mas há sempre algo que mexe cá dentro. Cala a minha boca com a tua... um pedido... uma ordem... um adeus... Inês Pedrosa diz Fica comigo esta noite... e eu fiquei... enquanto pude...
Foram-me oferecidos por alguém muito especial... de quem a vida se encarregou de me afastar... onde estiveres a tua memória estará sempre presa a mim. Talvez saudades... Agora já não calas a minha boca nem eu fico contigo, mas guardo num lugar muito especial esses bocados de nós que se perderam algures no emaranhado das nossas vidas...

Fechado este parentesis, o assunto que me trouxe até aqui. Queria partilhar algumas das pelavras de Miguel Esteves Cardoso em Cemitério de Raparigas. Um livro duro, mas deslumbrante. Fala do universo das relações entre um homem e algumas mulheres. A paixão. O amor. A falta. Depois de o Amor é Fodido lido na melhor altura, isto é, a adolescência e de A vida Inteira relida há bem pouco tempo, este cemitério de raparigas possui uma escrita dura, mas ao mesmo tempo doce, fria e intensa. Sincera, sobretudo.

"Fosse a sorte estranha, ou menos minha, eu dava-me à tua vontade e correria atrás de ti, como se a velocidade me atrasasse a tristeza do ponto de poder deixá-la, nem por breves horas e bem-vindas, atrás de mim."

"A vida passou ao lado de mim, como um dia há-de passar a tua. Foge dela sempre que puderes. Mas não faças como eu. Não te canses de fugir. E nunca dês o coração a quem não o quer."

Resolvi dar um novo look a este blog. Estava com um ar muito pesado, muito negro... Não me agrada a ideia de ter as minhas palavras sempre no escuro... Um pouco de luz só lhes fará bem. Assim como a todos nós! Estive demasiado tempo para escolher... não sou boa nestas coisas de escolher... custa-me sempre... bem ou mal ficou assim. Digam-me vocês! Pelo menos já não tenho que esforçar tanto a vistinha... lol! Estou à procura do meu caminho e comecei por aqui...

Hoje foi dia de arrumações. Arrumei a secretária, ficou mais bonita. Depois de tudo organizado resolvi dar uma vista de olhos numas disketes que ainda para aqui andam... são praticamente umas relíquias nos dias de hoje! Descobri coisas da minha juventude... daquela idade em que embora não se acredite no Pai Natal, conservamos a ingenuidade de quem julga a vida cor-de-rosa... É bom voltar a esses tempos... Sinto-me sempre uma pessoa melhor... A vida corrompe-nos... cada vez mais...
Encontrei estas palavras... nem de propósito... just at the right time!
"Todas as naus são naus de sonho logo que esteja em nós o poder de as sonhar. O que mata o sonhador é não viver enquanto sonha; o que fere o agente é não sonhar enquanto vive. Eu fundi numa cor una de felicidade a beleza do sonho e a realidade da vida." Alvaro de Campos
E como também diz o outro O Sonho comanda a vida...

Simplicidades...

Coisas simples fazem-nos tão felizes... aquecem o coração...
Um sorriso é assim...
Um abraço também...

Seria tão bom se todos dessemos valor às pequenas simplicidades da vida...

"So many times... so many times..."

Caminha acolheu-nos nos seus longos braços... Para lá fogem, por vezes, alguns dos meus pensamentos... Saudades. Intensas. Foi uma semana e tanto... tanto... É doloroso voltar depois ao ritmo do quotidiano das nossas vidas... aos relógios... aos deveres... às noites que são para dormir... Sempre que puder levarei a minha memória até esses dias de Agosto, plenos de adrenalina! Porém, o sol e a lua sozinhos não poderiam colorir tantas noites... mas sim a companhia da equipa fantástica! À excepção do menino Carlos, que conhecia de algumas noites em Braga, era tudo people novo para mim. Tenho que confessar que adorei conhecer-vos a todos, seus ganda malukos! É tudo boa gente, sempre pronta para a curtição! Continuem assim... sempre... a vossa presença é contagiante! É impossível não esboçar um sorriso ao vosso lado! Grandes festas se devem fazer pelos lados da Maia... :o)
Bem, por me terem aturado durante largos dias e longas noites, uma palavrinha em particular a cada, se me é permitido o abuso... Menino Carlos: foi bom conhecer-te melhor! Sempre pronto para a brincadeira, sempre em grande! Conserva esse sorriso, a imensa simpatia e guarda sempre um abraço para mim! Noé... Noé... não, não vou fazer trocadilhos com o teu nome! Vou apenas dizer-te que gostei do teu jeito especial, sempre na tua... sempre com todos... E cantas muito bem... Ah fadista!!! lol... Tiago... o rapaz do sorriso doce... sempre cheio de boa disposição e atencioso! Boa sorte com a fisio.! O malandro do Gonçalo também faz muita falta... Quando fores recenseado talvez possas ter uma vida loca! És um teenager muito fofo... Bruno... o menino dos olhos verdes... sempre doces... Gostei de te conhecer! (cuidado com as sms... lol). O Nelson é o bom-humor em pessoa! Muito apurado! Ao teu lado é impossível não sorrir, ganda maluko! Não poderia deixar de referir uma menina muito especial que me proporcinou estes dias de pura jabardice... Agora que me vais deixar sozinha até já sinto saudades tuas!lol Pois... tenho de admitir... vou ter saudades de te ver no sofá de sempre... das conversas na varanda... até do teu mau feitio vou ter saudades! lol.. Bem... este não é momento para tristezas!Bora lá revolucionar isto tudo!!! "Come on and dance with me..."
Saudades... Intensas...
BEIJÃO para todos!!!

Caminha: uma vila de tantas saudades...

Estive perdida por uns dias nessa bela localidade de Caminha... foi uma loucura!! É, portanto, o momento de agradecer a essa ganda maluka que partilhou comigo a mesma cama (sem maldade é claro), as mesmas noites, os mesmos sorrisos, as mesmas dores, a mesma ressaca... Enfim, OBRIGADA! Espero ter ficado no coração dessa terra da mesma forma que ficou no meu... Por isso, a qualquer momento posso voltar para esse sol e essa lua...
Aqui fica a foto dos últimos momentos de despedida... Não é linda a praia logo pela manhã?!