sábado, dezembro 15, 2007
... nós ...
terça-feira, dezembro 11, 2007
sábado, dezembro 08, 2007
sexta-feira, dezembro 07, 2007
Pensar em ti é coisa delicada.
É um diluir de tinta espessa e farta
e o passá-la em finíssima aguada
com um pincel de marta.
Um pesar grãos de nada em mínima balança
um armar de arames cauteloso e atento,
um proteger a chama contra o vento,
pentear cabelinhos de criança.
Um desembaraçar de linhas de costura,
um correr sobre lã que ninguém saiba e oiça,
um planar de gaivota como um lábio a sorrir.
Penso em ti com tamanha ternura
como se fosses vidro ou película de loiça
António Gedeão
quinta-feira, dezembro 06, 2007
Braile
da tua pele; demoro-me em cada
sílaba, no sulco macio
das vogais, num breve obstáculo
de consoantes, em que os meus dedos
penetram, até chegarem
ao fundo dos sentidos. Desfolho
as páginas que o teu desejo me abre
ouvindo o murmúrio de um roçar
de palavras que se
juntam, como corpos, no abraço
de cada frase. E chego ao fim
para voltar ao princípio, decorando
o que já sei, e é sempre novo
quando o leio na tua pele."
sexta-feira, novembro 30, 2007
agitada de mim
agito-me como um recado antigo escrito num papel gasto pelo tempo
agito-me como um pedaço de vento soprado às escondidas
agito-me como um botão apertado numa casa sem janelas
agito-me como o mar revolto numa noite silenciosa
agito-me como um aceno contido num coração amarrotado
agito-me para atirar ao chão as lembranças amadurecidas
agito-me para libertar o peso da saudade solitária
agito-me para camuflar as lágrimas como chuva
agito-me para gastar a pele
agito-me para ficar e perecer
agito-me para cair e esquecer
terça-feira, novembro 20, 2007
sexta-feira, novembro 09, 2007
terça-feira, outubro 02, 2007
quarta-feira, setembro 05, 2007
Disseste-me que tínhamos laços nos cabelos
Disseste-me que havia sorrisos nas almofadas
Disseste-me que viria o sol por entre as flores
Disseste-me que havia um jardim debaixo da cama
Disseste-me que viria um rio que nos levaria ao (a)mar
Disseste-me que tínhamos abraços pelas paredes
Disseste-me que havia mãos nos armários
Disseste-me que viria a manhã sem adormecer
Disseste-me que havia lábios entre os dedos
Disseste-me...
Disseste-me...
Disseste-me...
...
Mas não tiveste sonhos, nem laços, nem sorrisos, não houve sol nem jardins, não veio o rio, e a manhã chegou sem abraços, sem mãos e sem lábios.
Molhei a pele.
E fiquei a chover.
terça-feira, setembro 04, 2007
domingo, setembro 02, 2007
terça-feira, agosto 28, 2007
domingo, julho 29, 2007
sexta-feira, julho 27, 2007
Nostalgia
segunda-feira, julho 23, 2007
quarta-feira, julho 18, 2007
Sinto-me tão pequena perante a vida... tão egoísta... quando afinal o humbigo dos outro até pode ser um buraco mais fundo do que aquele que imagino na minha cabeça.
Porque há sorrisos mais importantes que o meu, e vidas bem mais infelizes do que a minha.
E sinto-me tão mal...
Espero ainda ir a tempo do perdão...
Espero bem que não seja tarde demais!
Espero conseguir!
Sinto-me um nada...
Parece que dentro de mim existe um vazio bem maior do que eu... uma tristeza imensa que só me faz querer chorar... mas não posso... tenho de ser forte, mais do que nunca!
E hoje mais do que nunca, espero que os meus pecados tenham perdão....
Porque fui injusta contigo, porque te recriminei pensando só na minha dor... Porque te ignorei... porque finji não ver os teus olhos tristes... a noites que passas em branco... não teres para onde ir nem um sentido para o que és...
E tenho tanto medo de não te conseguir ajudar...
Mas vou estar aqui... e as minhas palavras frias calar-se-ão para ti
Porque és parte de mim!
sábado, junho 16, 2007
quinta-feira, junho 14, 2007
Soneto da Fidelidade
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.
E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa me dizer do amor ( que tive ):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.
Vinicius de Moraes
sexta-feira, junho 01, 2007
sexta-feira, maio 25, 2007
coração embrulhado
Desfaço nós de mim
como quem lança à chuva
um cordão de memórias gastas
Arranco às nuvens algodão doce
para carregar às costas a solidão
como se fosse doce o silêncio
Atiro pedaços de mim ao largo
para não cair em tentação
coração emaranhado de ilusões
sós
Desafiei o abraço a ficar quieto
braços abertos e peito com peito
nós
Escrevi a branco nas paredes do sonho
para que não se possa ler os segredos
guardados entre a parede e a tinta da alma
Embrulhei o coração a saudades
para não as perder de mim
E porque a vida é feita de um balão de ar quente
humedecido a lágrimas
aconchego as palavras na almofada para não voarem
Sono triste de quem parte
amordaçado a penas
tão nossas
Trago lágrimas no bolso
que escondo para secar a pele
de ti
Fragatas caravelas e naus
que transportam o pensamento naufrago da certeza
saudade que nos arrasta mar adentro
mas
sonho
Tenho berlindes de encantar
atados aos pés
e trago o coração embrulhado entre as mãos
talvez para ti
segunda-feira, maio 21, 2007
domingo, maio 20, 2007
terça-feira, maio 01, 2007
olhares
sexta-feira, abril 13, 2007
sexta-feira, março 30, 2007
sábado, março 24, 2007
às vezes acontece-me o amor na palma das mãos
às vezes acontece-me o desejo na pele
às vezes acontece-me o amor
às vezes acontece-me a solidão
às vezes acontece-me a calma na voz
às vezes acontece-me a música nos passos
às vezes acontece-me o orgulho
às vezes acontece-me o frio
às vezes acontece-me a loucura
às vezes acontece-me a lentidão da vida
às vezes acontece-me a memória dos abraços
às vezes acontece-me a saudade
às vezes aconteço de coração cheio
às vezes aconteço com as mãos vazias
e às vezes nada
só as palavras acontecem
terça-feira, fevereiro 20, 2007
Atirei as mãos para longe de mim. Fiquei agarrada a um meio cobertor de ilusões que me cobriu inteira. Não sei se ainda faz frio cá dentro se é a preguiza dos dias cinzentos cheios de sol debaixo da almofada que me faz ficar. Não sei se são os sorrisos meios ou as metades dos abraços inteiros que me faz perder. Sei que atirei a vida para longe de mim para sonhar. Sei que parti sem medo e ancorei na tua pele. Deixei-me ficar adormecida de mim entre os espaços vazios das tuas palavras. E, agora que voltei, não sei onde perdi as mãos....
domingo, fevereiro 18, 2007
chuva
Não sei se é chuva que cai se sou eu que choro
Não sei se a dor é dentro de mim ou fora da pele
Não sei se é este o caminho ou o atalho
Não sei se é o vento que passa se o silêncio
Não sei se é a vida que oiço se o coração
Não sei se é tarde ou cedo para rezar
Não sei se és tu se sou eu
Só sei que a chuva cai
quarta-feira, fevereiro 14, 2007
Que cena romântica de um filme seria?
Bem, acho que agora é que perdi o sono de vez! Eu nem fui ao cinema ver o Titanic... Começo a achar que sou mesmo uma piegas. Será isto bom ou mau?...
Se eu fosse uma música romântica...
Você é “Jardins Proibidos” de Paulo Gonzo: você é perito em mergulhar de cabeça numa relação para se perder de amores. Adora explorar o lado lunar da pessoa amada e conhecer todos os seus segredos.
Pra me perder nesses recantos
Onde tu andas sozinha sem mim
Ardo em Ciúme desse jardim
Onde só vai quem tu quiseres
Onde és senhora do tempo sem fim
Por minha cruz, jóia de luz
Entre as mulheres
Estou subitamente confusa... nem curto assim tanto a música. Mas que tem um fundo de verdade, isso tem...
Quando a vida dói
Não gosto da vida a lume brando mas acho que devia...
quarta-feira, fevereiro 07, 2007
terça-feira, fevereiro 06, 2007
sexta-feira, janeiro 26, 2007
...heaven...
quinta-feira, janeiro 25, 2007
sexta-feira, janeiro 19, 2007
Quebrado o silêncio
O amor às pessoas, à vida, às coisas que de tão simples por vezes nem reparamos, ao futuro...
Que se sustenha entre as desventuras e trocadilhos do dia a dia, a capacidade de sonhar... sonhos grandes e pequenos, sonhos impossíveis, sonhos passados, sonhos de agora e outros de amanhã...
Que nunca seja a alma pequena para tanto sonho...
E que o sonho preencha o canto mais escondido da alma quando esta parece vazia...
Para 2007, um brinde à capacidade de sonhar!
A nós!